“A dança é, sem a menor dúvida, a mais básica e importante de todas as formas de expressão. Coisa alguma pode dar tão eficazmente forma externa a uma experiência interna. A poesia e a música existem no tempo. A pintura e a arquitetura, como partes do espaço. Só a dança vive simultaneamente no espaço e no tempo. Nela, o criador e a coisa criada, o artista e a expressão são unos. Cada um participa completamente do outro. Nenhuma melhor metáfora poderá jamais existir para compreender o cosmos”
(Watson, Sahtouris, 1996)
A vida é impermanente já sabemos, desperdiçamos muito tempo da vida, muitas oportunidades de vibrar alegrias, sentir o prazer de estar vivo, de desfazer-se dos pré-julgamentos e condicionamentos, do exigente ritmo cotidiano moderno, de escutar a própria vida que naturalmente nos chama a criar ritmos com nossos pés para nos conectarmos com quem somos, com nossas memórias, com a ancestralidade e a natureza. Precisamos resgatar nossa capacidade de dar expressão a esses ritmos que vibram em nós e que ficam tão estagnados por não nos permitirmos. E aqui em especial a atenção é direcionada aos homens, tão capazes, tão férteis de criatividade, tão meninos internamente, tão ávidos de vida e ao mesmo tempo tão distantes de si mesmos. Vamos investigar um caminho para expressão por meio da dança, da história da dança e do campo curativo que dançar é capaz de nos proporcionar.
Dança e Mitologia
Começo aqui, resgatando o mito grego do Minotauro que conduz a faces do masculino bastante interessantes e inspiradoras para desenvolver o tema proposto.
No mito, Poseidon envia um touro divino ao Rei Minos de Creta para que seja oferecido em sacrifício, em sua homenagem. Minos, encantado com a beleza do touro, tenta ludibriar o deus trocando o touro divino por outro. O deus, irritado com a ofensa, faz com que a esposa do Rei, a Rainha Pasifae, apaixone-se pelo touro. O desejo da rainha é tal que ela encomenda uma vaca de madeira à Dédalo, para ela entrar na mesma e assim o touro possa possuí-la. Dado isso, Pasifae dá a luz a um monstro com corpo humano e cabeça de touro, o Minotauro. (a cabeça animal, o irracional, o instintivo, o passional). O Rei ordena que se cons- trua um labirinto para mantê-lo preso. Por muito tempo, no labirinto são oferecidos jovens em sacrifício para aplacar a fúria do monstro, até que aparece Teseu, o arquétipo do masculino herói mítico que se dispõe a libertar o reino do jugo do Minotauro. Para a tarefa Teseu conta com o auxílio de Ariadne (o feminino, a alma) que entrega a ele um novelo de lã (um fio condutor, a sabedoria) para guiá-lo no labirinto e para fora dele ( o inconsciente). Com esse auxílio, essa integração, Teseu enfrenta o Monstro no interior do labirinto, e salva os jovens do sacrifício liberando a cidade e Ariadne, inaugurando um novo tempo, sem medo, apreensão e aflições. Teseu compartilha com a comunidade a vitória sobre a sombra, sobre o que aterroriza, toma posse de si mesmo e contagia com sua confiança, agora elevada.
"O ser humano busca respostas para compreender o significado de sua existência desde que tomou consciência de si enquanto ser, diferenciando-se do mundo ao seu redor. (...) Em uma tentativa de entender a si próprio e de explicar suas emoções, sentimentos, pensamentos e descobertas sobre o mistério da vida, cria narrativas mitológicas, desenvolve ideias religiosas e concepções filosóficas sobre as origens do cosmo, da vida, do processo evolutivo e do significado de sua existência. Para Sanford (1988, p.40), “foi através dos mitos, que o homem personificou tanto as forças nocivas da natureza, quanto o mundo espiritual que o ameaçava.” As narrativas mitológicas transmitem os grandes dramas do processo existencial. Os mitos são formados por imagens e símbolos - os arquétipos que propiciam o acesso do inconsciente coletivo à consciência. Os arquétipos dinamizam a inter-relação e a interação do consciente com o inconsciente coletivo." (TOMMASI, 2012, p. 40-41)
Comecei o texto com esse mito por ter tomado conhecimento em minha Formação de Focalizadores de Danças Circulares, no módulo A História da Dança na Historia do Mundo, com Vaneri de Oliveira, sobre a dança grega chamada Tsakonikos, que segundo se conta, Teseu, após ter vencido o Minotauro, ao retorno ao lar, convoca sua comunidade para dançar consigo para celebrarem juntos a vitória. Uma das leituras da mesma, fala sobre representar em sua coreografia em espiral o fio de Ariadne conduzindo Teseu à saída do labirinto. A força dessa dança resi- de no fato de que seja, a mais antiga e talvez a única amostra da música grega antiga que chegou aos tempos modernos.
Em certa medida, falar de Labirintos é como falar de Mandalas. Vêm-se a mente termos como inconsciente, símbolo e arqué- tipo. Também eles são construções geométricas que trazem a baila as questões do centro do percurso e do deslocamento. Jung o chamava de “arquétipo da transformação”. (...)
"Teseu personifica a todos nós, e sua jornada é a nossa jornada através de nossas vidas comuns. As dificuldades de seu per- curso - provas, enigmas, conflitos, encontros perigosos, interrogações - revivem os obstáculos da nossa vida iniciática, de nossa integração, de nosso mergulho em direção ao Self, enfim, da construção de nossa mandala pessoal. Falar em Labirintos é falar em introspecção e expansão, pois o caminho que leva ao centro é o caminho do retorno; é como inspirar e expirar." (RAMOS, 2006, p. 107)
Encontro com as danças
Compreendo e sinto meu caminhar em direção às danças como um guia para meu próprio corpo, um guia para a retomada da vida em mim, para um despertar ou um chamado da força da Vida. Vou tecer a seguir um pouco à respeito de como esse contato com as danças se dá para mim. Nasci na cidade de Passo Fundo, no estado do Rio Grande do Sul, que tem por referência um título de “A cidade mais gaúcha do RS” onde se, por um lado, culturalmente, sim, ressoava um forte preconcei- to quando um menino manifestava interesse por dançar, por outro, as danças tradicionais gaúchas eram bastante incentivadas, era um orgu- lho para a comunidade ser um bom “par” de danças, ou um chamado “pé-de-valsa” ou ser integrante de um grupo dançante que se apresen- tava em festivais e rodeios das tradições campeiras. A cidade também se orgulha de sediar um Festival Internacional de Folclore, o que nos dava a oportunidade de ver apresentações de danças de diversos países nas ruas na época em que o Festival acontecia. Lembro também de no ensino médio, no final da década de 80, ter colegas, meninos e meninas, que iam na sexta feira para a aula, “pilchados” como se diz por lá, ou seja, vestidos com a indumentária típica gaúcha, para logo após as aulas irem diretamente aos CTGs (Centro de Tradições Gaúchas) para dançarem em bailes e eventos, ou mesmo por serem participantes de grupos de danças em apresentações. Meus contatos, dançando efetivamente essas danças tradicionais não passam de raras e breves incursões em momentos cele- brativos da semana farroupilha na escola onde os professores ensaiavam conosco as danças mais populares da cultura gaúcha (Bota aqui o seu pezinho; Balaio) ou mesmo nas festas juninas, com quadrilhas, no caso do RS as danças gaúchas sempre presentes.
Retomo as danças tempos depois no início da década de 90 quando inicio uma caminhada por práticas integrativas, ao participar de grupos de Biodanza, essas vivências semeiam em mim algo muito vivo, mas que fica de certa forma aguardando um despertar. Despertar esse que acon- tece em minha Formação Holística de Base na UNIPAZ SC entre 2001 e 2003 em Florianópolis.
Na UNIPAZ há um estímulo para que os aprendizes façam conta- to com práticas diversas que proporcionem a vivência da inteireza do ser, de maneira que cada um descubra seu ritmo e que tipo de holopráxis, como designou Pierre Weil, ressoa no individuo como recurso para um corpo mais vivo e integrado. Em uma holopráxis sou apresentado às Danças Circulares Sagradas, as quais estimulam vários desdobramentos e experiências que culminam em minha Formação de Focalizador de Danças Circulares.
"....tudo começou quando Bernard Wosien (1908-1986) - bailari- no alemão, coreógrafo e professor de danças - interessou-se em pesquisá-las, a partir de 1952. As Danças foram denominadas “Sagradas” porque expressam - e consequentemente, nos fazem experimentar - a sabedoria das Almas dos Povos, e as qualidades espirituais, “conteúdos primordiais da nossa própria alma”. O assombro diante da vida, a alegria, o amor, a vontade de conhecer o mundo e a si próprio, a coragem, a gratidão, a intuição do sagrado e do absoluto são percepções humanas universais, presentes em cada indivíduo, nas sociedades e nas culturas. Esses conteúdos são normalmente experimentados de forma isolada na nossa vida diária. Mas se potencializam na sessão de Dança, pois os participantes são estimulados a vivenciá-los de uma só vez. A maioria das Danças encontradas por Wosien foi de natureza alegre e vibrante. Foram denominadas “solares”. Mas ele coreografou também as Danças Introspectivas, chamadas “lunares”, pois constatou que elas haviam desaparecido." (CARVALHO,1997, p. 11)
Danças, Cultura e Tradições
Trago a seguir alguns pontos importantes que observei e que me trouxeram ao tema que desenvolvo aqui.
Quando buscamos homens dançando temos uma riqueza cultural de magnitude em diversos povos: gregos, ciganos, turcos, búlgaros, judeus, entre tantos outros, expoentes da dança circular ou ritual masculina, além da beleza e força de danças tradicionais indígenas, africanas, brasileira.
Encontramos homens dançando em manifestações de força impactantes, dos pés vigorosos que golpeiam o chão no flamenco, dos ritos de passagem do masculino às danças de guerra em expressões belíssimas como o Haka dos povos maori da Nova Zelândia, onde se convocam os ancestrais, buscando força e os reverenciando, servem para dar boas e também para amedrontar o inimigo. Vamos encontrar também as danças sagradas, termo utilizado para designar danças rituais que promovam a conexão com o divino, como as mais diversas expressões de danças indígenas e tradicionais que acordam o mundo otro, despertando os espíritos da natureza. Temos uma riqueza infinita para observar e aprender, vou citar aqui as danças sufis dos dervixes que trazem em seu rito cerimonial um caminho de uma beleza ímpar, representado em sua coreografia giratória como um caminho para a conexão com o divino onde a ilusão da imagem se desfaz nos giros e se apresenta em etapas simbólicas como: Eu vou na direção de Deus; Eu estou com Deus; Eu estou em Deus e Eu retorno de Deus.
"Primitivamente, a dança constituía um meio de expressão própria para os homens - era a sua comunicação. Através de movi- mentos corporais livres, ele expressava ritmicamente seus sentimentos, comunicando-se com seu semelhante. Criou, assim, formas de pensar, sentir e agir, no espaço e no tempo. A dança, enquanto linguagem, nasceu da espontaneidade expressiva dos gestos. O homem dançou para expressar seus sentimentos mais profundos, enraizados em todas as suas experiências vitais. Dançava seu cotidiano buscado o contato com o que ele sentia que havia se separado dele - Deus. A sua dança expressava as emoções vividas na busca da transcendência, através dos temas do Amor, da Morte, das Guerras, de Deus, etc. Quando a noite findava com a aurora, ele celebrava o movimento da lua, dos planetas e das estrelas, e, assim, criava a sua Dança Sagrada. Com o movimento do sol, ele dançava as estações do ano e o seu trabalho com Gaia, a Mãe Terra. Dançando, a humanidade agradecia quando Perséfone, no início da primavera, retornava do Hades e quando Deméter, mais uma vez, doaria seu corpo para ser fertilizado, alimentando a humanidade. O homem primitivo dançava para preparar a Terra no equinócio vernal; para o plantio, no dia 1º de maio; para que as sementes germinadas desses bons frutos no solstício de verão. Celebrava a colheita e a distribuição dos alimentos no equinócio de outono; dançava para que os mortos fossem conduzidos para Samhaim, o outro plano. E mesmo no inverno mais rigoroso, durante o solstício de inverno, Saturnália, o homem dançava para se aquecer e lembrar que nada é permanente, e que o Sol logo voltaria a brilhar, iniciando um novo ciclo de vida. (BONETTI, 1998, p. 118)
Ao retomar e despertar um corpo que dança, em especial danças tradicionais masculinas, podemos observar a força que essas vivências são capazes de promover. As danças de roda, danças das vilas, danças de trabalhos, representando atividades, danças celebrativas, engraçadas, são valiosas para colocar proporcionar a um grupo ou indivíduo oportunidades de relaxar, brincar, resgatar memórias e sensações no corpo, despertando a criatividade e a alegria, ao permitir esse contato com nos- sa criança interior.
Um círculo que dança é a imagem de uma comunidade atenta a todos, ao ritmo das relações, também a sua falta de ritmo, e uma vez que isso acontece a visão do que pode ser melhorado se estabelece e por meio de uma comunicação além das palavras, aquele que dança junto aprende junto. Todos participam da roda, são vistos por todos, cuidados por todos, divertindo-se juntos, fazendo a roda da vida girar. O poder gerado por uma coreografia ou um grito de guerra, atualizando para o objetivo aqui de promover saúde integral, cumprem papel determinante ao ativar centros de prazer aumentando a autoconfiança, resgatando a autoestima, restabelecendo a vitalidade.
No entanto, salvo grupos bastante específicos, que vão de grupos de flamenco ou de danças como a Chula no RS (dança de origem portuguesa que era dançada como um desafio de coreografia entre os participantes, em alguns casos disputando a prenda (a mulher) que aceitaria dançar com o vencedor do desafio); a grande maioria se não todos os grupos que encontrei ou fiz parte foram grupos majoritariamente femininos, e minhas grandes mestras de Danças sempre foram mulheres, pelo menos no meu caso.
O Masculino e o desejo de dançar
Embora existam e cresçam iniciativas que promovem encontros de homens para refletirem juntos sobre a masculinidade como os Guerreiros do Coração entre outros, meu ponto aqui são homens que tenho contato que ainda não chegaram a articular possibilidades como essas para seu desenvolvimento pessoal ou a necessidade desse olhar ainda não se estabeleceu de forma evidente em si.
Me refiro então a situações que experimento quando tenho um Workshop de Danças Circulares ou de Liderança Circular, (que é um dos temas a que me dedico em Educação para a Paz e onde as Danças são recursos muito presentes;) por exemplo e meus alunos homens de outras áreas que atuo, não raro, fazem contato comigo dizendo de sua vontade de participar, mas relatam que não o fazem por acompanhar as imagens e vídeos dos eventos e me verem sempre focalizando danças para círculos de mulheres e perguntam-se se se sentirão à vontade ou confortáveis nas experiências. E sempre o tema é: Como permitir-se a experiência que os chama? Como me atrevo a viver isso que me soa tão bom? Como ousar viver algo que ainda não experimentei? Por que não? Procuro vi- ver experimentos novos e compartilhar com eles estimulando-os, como estar aberto a participar de um curso de versão de flamenco que fiz recentemente em minha cidade.
Outro dado que chama a atenção é quando sou contratado por alguma intuição ou órgão público, secretarias, prefeituras, escolas para eventos como “SIPAT” ou “Semana de Servidores” e ai inevitavelmente encontro grupos mistos de homens e mulheres. Em geral nesses even- tos estou desenvolvendo temas como Educação para a Paz, Liderança, Relacionamentos e costumo desenvolver os temas permeando com re- cursos como as Danças Circulares, procuro sempre propor possibilidades que promovam encontros leves e que por meio das danças entre outras práticas o grupo possa ampliar o olhar sobre si mesmo e sobre o grupo que faz parte e como essa roda gira.
"É mesmo um propósito das Danças Circulares trabalharem a tolerância, pois dançando não se discute ideias, toma-se uma atitude, coloca-se na roda a diferença, a intolerância, as divergências e fazemo-las rodarem". (OSTETTO, 2005, p.45).
As danças são positiva e incrivelmente eficazes para demonstração e vivência do que propomos ao criar condições para o assentimento de uma nova forma de se relacionar por meio de outros canais de comunicação. Bem, reforço a atenção ao homem que encontro nesses grupos. Em geral, os grupos como um todo são de pessoas que ficam muito tocadas pelas propostas e não raro, dar as mãos ou fechar os olhos em grupo apenas já configuram experiências novas capazes de gerar sensações ricas para o desenvolvimento do trabalho. As danças elevam a qualidade da vivência, quando os participantes se divertem e encontram sua criança interior, despertam memórias e são tocados e tem seu prazer de viver despertado.
"Mantermos nosso respeito para com todos os seres humanos, agradecendo às inúmeras possibilidades de troca e construção interativa e criativa. Dimensionarmos nossa ação a partir do que é verdadeiro, livre de julgamentos e de racionalizações, libertos de princípios aprisionantes. Lutarmos com amorosidade sem situações de conflito, procurando reconhecer a presença criativa do discernimento pacífico e desapegado. Afinal, é preciso respeitar os mistérios, se queremos conservar-lhe a força. Sendo criativos realizamo-nos como seres humanos." (TOMMASI, 2012, p.183)
Particularmente compreendo a força desse trabalho ressoando com meu momento pessoal nesse tempo a que me dedico a esse mate- rial. Primeiro minha própria estação da vida; aos 48 anos, um chamado da maturidade dessa fase e outro aspecto determinante a vivência de cuidado com meu Pai, um homem de 83 anos em 2020, ávido de vida, rico em criatividade, ansiando por vivências alegres, prazerosas. E os homens de diferentes faixas etárias que convivo e que encontro em consultório ou em grupos com essas mesmas necessidades tão evidentes. Falando deles, objetivamente, é gratificante observar quando entram em contato com as danças, os olhares, os movimentos e a riqueza das falas do que alcançaram trazem. Sinto o poder da dança na simplicidade do que convoca ao ampliar e despertar essas experiências e conduzi-los a uma retomada do próprio ritmo e a ampliar o olhar sobre si mesmos, sobre suas relações e sobre a existência.
Penso em oportunidades para que esse homem possa dançar, compreender, escolher seu papel na grande roda da vida, contribuir, sendo ele mesmo, comprometer-se com as mudanças, como agente de transformação da realidade e celebrar em meio à todos, Em seu livro: Virtudes para um Novo Mundo Possível, Leonardo Boff (2006), ressalta a importância dos três itens elencados no título como necessários aos grupos para que possamos construir uma nova realidade, comunhão (o que nos une); participação (o comprometimento de todos) e celebração (onde podemos acolher toda a diversidade), o que considero um guia efetivo para tecermos essa proposta.
Desejo profundamente que possamos criar novos círculos, acolhendo o masculino, lembrar e possibilitar a esses homens, com tanta riqueza para compartilhar, vivências capazes de promover esses encontros, enxergá-los além das figuras que representam, os pais, os avós, os tios, transformando efetivamente o olhar mínimo do paradigma vigente que por vezes fomenta um território em que o guerreiro é tão celebra- do e estimulado por uma visão competitiva. Nos recordar de tantas e preciosas faces do masculino que necessitam ser vistas e que ao serem desveladas apresentam um riquíssimo caminho de descobertas e aprendizados sobre si mesmo, o outro e o universo. O menino, o ancião, o curador, o visionário, o artista, o dançarino, entre outros. Quantos ho- mens podemos ser e o quanto cada uma dessas faces tem a oferecer na construção do mundo que queremos juntos? Trago para finalizar nosso grande artista, Caetano Veloso, lembrado por uma Mestra das Danças na obra: Danças Circulares Sagradas;
Jairo Salles
“Eu não espero pelo dia em que todos os homens concordem,
apenas sei de diversas harmonias bonitas, possíveis, sem juízo final.”
(Caetano Veloso, 1991)
Deixe seu comentário! Compartilhe!
Se desejar, siga nossas redes:
Instagram YouTube Facebook Threads
Publicado em: Diálogos na Unipaz 2020 [livro eletrônico]: com Sonia Tommasi: vol. V / organização Sonia Maria Bufarah Tommasi. 1. ed. Goiânia, GO: Unipaz Goiás, 2021
Referências:
BIODANZA http://biodanza.org/pt/biodanza
BOFF, L. Virtudes para um Outro Mundo Possível. Rio de Janeiro, Vozes. 2006
BOLEN, J. S. M.D. O Milionésimo Círculo. Como transformar a nós mesmas e o mundo. Um guia para círculos de mulheres. São Paulo: Triom, 2003.
BURKE, J. S., e GRENE, Liz. O Tarô Mitológico. São Paulo. Madras, 2011.
EAST, M. Prefácio à edição brasileira. In: BOLEN, J. S., M.D. O Milionésimo Círculo. Como transformar a nós mesmas e o mundo. Um guia para círculos de mulheres. São Paulo: Triom, 2003.
GUERREIROS DO CORAÇÃO https://www.guerreirosdocoracao.com.br/ omovimento
OSTETTO, L. E. Educadores na roda da dança: formação – transformação. Tese de Doutorado do Programa de Pós Graduação da UNICAMP. Campinas: 2005.
POZATTI, M. L. A busca da inteireza do ser: formulações imagéticas para uma abordagem transdisciplinar e holística em saúde e educação. Tese de doutorado. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre: 2003.
RAMOS, F. da S. Forma e arquétipo: um estudo sobre a Mandala. Campinas, SP: [s.n.], 2006.
SAHTORIUS, E. A Dança da Terra - Sistemas vivos em evolução: uma nova aborda- gem em biologia. Rio de Janeiro: Rosa dos Tempos, 1998
SALLES, J. Círculos Holísticos no Costão – Experiência de Abordagem Holística em uma Organização Empresarial. Trabalho de Conclusão de Curso da UNIPAZ (Obra Prima). Florianópolis: 2006.
SAMS, J. As Cartas do Caminho Sagrado. A descoberta do ser através dos ensina- mentos dos índios norte-americanos. Rio de Janeiro: Rocco, 1993.
TOMMASI, S. B. (Org) Pensando a Arteterapia como Arte e ciência e Espiritualidade.
São Paulo: Vetor 2012.
UNIVERSIDADE INTERNACIONAL DA PAZ. Eco-Formação Holística de Base - Manual do Aprendiz. Florianópolis: UNIPAZ, 2010. https://www.unipazsc.org. br/
VELOSO, C.. Álbum Circuladô, Rio de Janeiro (Estúdio PolyGram) e Nova Iorque (East Hill Studio), 1991.
WEIL, Pierre. A Arte de Viver em Paz. Por uma nova consciência e educação. Rio de Janeiro: UNIPAZ, 2012.
Nenhum comentário:
Postar um comentário